Olhos vidrados, corpo estático. Assim se encontrava o sujeito que atendia pelo nome de Alberto Pereira da Silva. Cinco filhos para criar com um salário reduzido com os impostos. Olhou de novo. Não acreditou no que viu. “O que farei?” Os números já estavam marcados. O sorteio seria no dia seguinte. Pensou na ventania que havia trazido o bilhete. A oportunidade viera de longe. Longe de onde estava. Distante daquela rua onde trabalhava como gari, porém mais perto do que imaginava: vinha das mãos de sua esposa. Ela o perdera na ventania a caminho da casa lotérica. Quatro, oito, dezesseis, trinta e oito, cinco e dez. Estes eram os números que o fariam milionário. Pensou, pensou... Pensou mais um pouco até o vácuo tomar conta de sua mente, deixando- o quase inconsciente.
A ventania (sim, aquela mesma) voltou. Mas retornou de uma maneira rude e seca. Voltou com tanta intensidade que lhe arrancou o bilhete das mãos e, como se não bastasse, o acordou de seus pensamentos com um punhado de areia nos olhos. O homem ficou. O bilhete se foi levando consigo um possível destino. Lentamente a ventania se afastou. De vagar, de vagar... Até que virou uma esquina e sumiu. Desta vez, para nunca mais voltar.
(by Fefeko)
2 comentários:
Nossa essa daqui revela como você tem talento menino :D
Ow rapaz!!
Tu é blogueiro também! Da hora parceiro, vou precisar da sua ajuda no site Conexão Vale. net..
abraços!!!
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